A CASA DO MEU PAI



 


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Bom, o que irei relatar aqui são fatos reais que aconteceram na casa do meu pai, presenciados por mim, por ele e por minha tia.

Vamos lá, a casa que meu pai mora hoje, é a mesma casa que ele vive desde a separação com a minha mãe, ocorrida em 2006 , que é a casa que ele viveu até se casar, e que ele morava junto com meus avós e meus tios (Irmãos dele).
Na verdade no quintal tem a casa dele e mais duas (do meu tio e da minha tia).
Enfim, a casa estava no mesmo estado de quando ele saiu, construção antiga, chão de vermelhão, como vocês podem imaginar.
Ele morou um tempo com meu tio e minha vó.

Certo dia do ano de 2007, meu pai chegou do seu trabalho de garçom de madrugada, e se deparou com meu tio que já estava em gravíssimo estado de saúde devido ao uso do cigarro e da cachaça, morto na cama.
Em 2009, após muito tempo cuidando da minha avó dentro daquela casa também, ela veio a falecer no hospital, devido a complicações da diabetes.
Já o meu avô havia morrido no ano de 1999, ou seja, acredito que com tanta gente sofrendo lá naquela casa por problemas de saúde, criou-se algo muito pesado ali dentro.
 
O que aconteceu comigo foi o seguinte:
Em 2011 quando eu tinha 15 anos, eu deixava minha bicicleta lá, pois havia lugar pra dar umas voltas, visto que eu morava num lugar não propício para andar de bike, já que havia muito movimento de carros e era próximo ao centro.
Em numa dessas vezes que fui buscar minha bike pra dar umas voltas, meu pai não estava em casa, daí tive que ir lá sozinho buscar.
Ah, e meu cachorro fica no quintal dele e sempre ficava pulando em cima de mim, tentando me lamber, querendo brincadeiras, como um digno labrador bobão.

Enfim, eu fui lá e meu cachorro foi atrás, como sempre.
Meu pai deixou o quarto antigo da minha avó para guardar coisas aleatórias, e minha bicicleta era uma dessas coisas.
Dai fui lá, tudo normal, e lá estava a bicicleta escorada na parede.
Entrei de boa pra buscar, e meu cachorro veio pulando e me lambendo, brincalhão do jeito que ele é, me acompanhando.
Aí vem a parada mais estranha.

Quando eu peguei a bicicleta pra sair, meu cachorro que antes estava todo bobão brincalhão, do nada começou a olhar atônito pra parede e ir movendo a cabeça como se estivesse seguindo algo passando, igual homem babando com mulher bonita na rua, o bicho paralisou e só movia a cabeça e eu senti um arrepio gigantesco, um calafrio enorme, sendo que neste instante o quarto começou à esfriar bastante.
Eu lembro que eu peguei a bicicleta e saí da casa do meu pai atropelando tudo que via pela frente de medo.

Meu pai, já relatou que pouco depois da morte da minha vó, ele já sentiu pela casa o cheiro daquela loção de leite de rosas muito usado por senhoras, isso exatamente às 18:00h diariamente, que era a hora que ela tomava banho e sentava pra ver a novela.
O mesmo diz que até o mal cheiro dos sapatos do meu avô ele já sentiu e atualmente de vez em quando ele vê alguns vultos por lá.

Tenho uma tia que mora no quintal que diz já ter visto minha vó falecida andar pela varanda arrastando o chinelo, como ela fazia pouco antes de ficar muito doente.
Essa mesma tia já viu o marido falecido da minha outra tia que mora em outra casa no quintal, vagando por lá, envolto numa capa preta e afirma, segundo os conhecimentos religiosos dela que ele não foi pra luz e está nas trevas, devido as coisas ruins que ele fez em vida.

Hoje, meu pai já reformou a casa, está todo contente com o novo ambiente, porém, ainda tem partes da antiga casa que permanecem lá, como o antigo banheiro e cozinha.
Mesmo com a reforma, eu detesto ficar lá sozinho, ele fica bravo, porém não adianta, sempre sinto uns arrepios quando fico lá sozinho, não sei porque.

 

 

 

Hendryl Freitas
Rio de Janeiro - RJ - Brasil
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